terça-feira, 29 de janeiro de 2013


Passou pela vida achando que não sabia amar, que amava errado. Que o amor ao seus olhos era sempre mais complicado do que realmente era. Acreditava tanto nisso que quanto tudo era simples estranhava, se acuava. Não era dela. Ela gostava de coisas complexas, teorias, hipóteses. Aquele amor calminho, sorrateiro e silencioso não podia ser pra ela.
Contudo, a menina que não sabe se era menina, ou mulher com ares de menina, eu menina com propensão de ser mulher, foi aprendendo que pra amar não precisa disso, que amor que é amor vence até o pior dos "cabreirismos".Que mesmo sem entender a natureza exata dos seus sentimentos ela amava, amava muito. Amava a vida, amava as pessoas. Amava saber que depois de tanto tempo conseguiu compreender que não existe forma certa de amar, que amor é só pra se sentir. Que quando se dá muita explicação, registro e burocracia é qualquer outro vínculo, mas não é amor. E tenho dito.
-NayaraAlexandra.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pra parar meu mundo...


E de tanto pensar nas voltas que o mundo dá, se assustou ao ver que tem umas horas que a física perde todo sentido. Que tudo que conhecia sobre órbitas, eixos e rotas pode se esvair num piscar de olhos. Que tudo que se acredita e que se dá aquele ar de certeza absoluta, pode se tratar de uma mera suposição.
Desse jeito, finalmente pôs dentro da sua cabeça (ora oca, ora empaturrada de coisas) que as melhores coisas acontecem naquele instante, aquele...quando parece que até a gravidade cessou, que o que te mantém preso ao chão se extingue, mas que algo maior retoma seu equilíbrio. São nessas horas que a gente, mesmo sem ter noção espacial e temporal da nossa vida, tem certeza que está ocupando o espaço exato, na hora exata ( e com a companhia exata) e que o resto... bom, nessas horas não se pensa em muita coisa, muito menos no resto. Nesses momentos os nossos pensamentos por algum mecanismo totalmente alheio a nossa vontade, decidem se alinhar em uma só frequência, e mais estranhamente ainda, se fecham às demais. De modo que, chega-se a pensar que nesses momentos do dia, aquele mundo, que jurávamos ser nosso, de fato, nunca nos pertenceu. Estávamos apenas aguardando o seu dono vir reclamá-lo. E é assim guiando-se por esse mesmo principio que passamos pelos "dias normais", a espera de mais momentos como esse. Intervalos de tempo (imensuráveis), em que já não importam as falhas e  acertos, pois compreende-se que tudo que foi vivido serviu pra se preparar para esse momento, pra que as "orbitas" se alinhassem, as latitudes e longitudes se encontrassem, o "pi" fosse finito e os ponteiros parassem. Eis que, onde aparentemente o caos reinaria, a lógica fez-se soberana. Ah, e nessa hora o mundo gira? 
-Não, o mundo para pra assistir. E tenho dito.

NayaraAlexandra

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

" o infaltável"

Nesses dias tão estranhos e corridos, falta-se quase tudo:
Tempo, dinheiro, paciência, sono e por aí vai...
Contudo, tinha-se plena consciência que certas coisas não podiam faltar no seu dia:
Pessoas,  comida e amor.
Isso mesmo, não necessariamente nessa ordem.
Porque era do tipo de pessoa que não funcionava bem no modo "forever alone". Gostava de barulho, de vozes estranhas que conseguissem distraí-las dos seus próprios pensamentos, adorava conversar, às vezes até tagarelar mesmo, achava perfeitamente normal.
Comida no entanto era seu ponto fraco, ou forte, depende do ponto de vista. O que sentia, de fato, era aquela sensação boa de saciedade, satisfação. Não sabia se era pela fome, ou uma tentativa torpe de sanar suas ansiedades rotineiras. Essa pergunta não iria mover um músculo para responder,pois gostava dessa parte saborosa sempre presente do seu dia, mesmo que isso refletisse em gramas a mais na balança.
Bem, o amor, porém, eram algo mais complexo do seus dias. No entanto, era o mais louvável. Porque no meio de tanta coisa que lhe faltava, só quando amava, percebia que tudo o mais não fazia a mínima diferença. E não que amasse todo mundo, não. Só amava da melhor forma possível. Jamais saberia se amava o suficiente, mesmo assim amava, amava porque o amor ( às pessoas, à boas ideias, à vida) lhe movia pra frente, lhe mantinha vivo. De todas as coisas sabia que essa  era a mais "infaltável" no meio dos dias estranhos e corridos de sempre.  E tenho dito.
-Nayara Alexandra.


Ps: "Infaltável" foi o termo que designei pra tentar expressar tudo aquilo que me edifica, me mantem firme. Algo que se retirado, leva consigo todo o sentido da minha vida.