sábado, 29 de dezembro de 2012

(des) Complica, mulher!



Na tentativa vã de manter tudo sob controle, tinha se tornado uma pessoa complicada. 
Complicada do tipo que inventa problemas e "ses" até pra coisas banais do seu dia.
Por exemplo: era de se admirar quem resistia incólume a uma tarde de compras com ela, pois era massacrante assistir tamanha demonstração de indecisão em uma só pessoa: se não era a cor que não agradava, era o tamanho, se tinha o tamanho adequado, a cor não combinava com seus sapatos e bolsas, e por aí vai.
O pior, que assim como com roupas era pra vida. E não negava, acho que no fundo já era uma marca da sua personalidade. Quem a conhecia já sabia: "Lá vem a menina complicada."
Mas no fundo, bem no fundo mesmo, talvez só ela entendesse o porquê daquilo tudo. O que pra os outros parecia simples 'cricrizesse", para ela nada mais era que autodefesa. Pois é. Na sua cabecinha complexa, acreditava que só depois de analisar metodicamente todas as opções e ponderar sobre o que teria ou não condições de lidar, que poderia enfim tomar um partido. E vale ressaltar que isso servia pra roupas e pessoas. Era seu jeito de se precaver, de prevenir futuras frustrações e perdas de controle. Pois tocamos em outro ponto notável da sua personalidade: ela tinha quase que fobia de não ter o controle, de ser surpreendida. Ou melhor, o que lhe causava vertigens, eram coisas à toa, mal feitas. Tudo o que tocasse tinha que ser impecável, o que justifica tanta "complicação". Ao menos na sua cabeça, isso fazia todo o sentido, o fato é que há muito tempo já havia desistido de tentar convencer os demais ao seu redor. 
Talvez você se pergunte: E assim tão complicadinha, ela deixava espaço pra ser feliz?
Provavelmente a moça responderia:
-Lógico, vivo bem com meu autocontrole, gosto das coisas corretas. Não lido bem com surpresas, assumo. Porém o que você chama de complicação, eu chamo de organização sentimental. Não admito na minha vida a tomada de decisões inesperadas, movidas por impulso, não posso agir assim, não sou impulsiva. Não vou agir contra minha natureza, nem por você, nem por ninguém. Por isso, mesmo que aos seus olhos, eu pareça reprimida e complicada, aqui dentro sei que estou fazendo todo sentido. E tenho dito.

Agora, o que não se sabe, era se a moça, de fato, tinha êxito na sua metodologia de vida. Se assim sem se surpreender, sem se deixar levar, vez ou outra, pelo o acaso e vivendo assim, com todos os pingos de seus "is" no lugar, se ela conseguia ser feliz, ou se estava plenamente satisfeita com o que tantinho que deixava a vida lhe dar todos os dias. Será que ela mesma sabe a resposta?

-NayaraAlexandra
Ps: Inspirado na vida de outrem, o que não dizer que não há alguma semelhança com a vida da maluca que vos fala.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Não - declaração de amor

Estavam completando mais um mês juntos, ela sabia que era péssima com presentes, cartões e todas essas coisas "cuts" que normalmente os casais fazem, porém queria de coração que dessa vez conseguisse transmitir tudo o que sentia, pra isso, "ganhou" algumas horas em frente ao computador ponderando sobre as melhores palavras para destinar ao seu amado. No fim, não tinha certeza se ficou "bonitinho", mas estava plenamente certa que foi o melhor e mais sincero que podia ter feito:

"Eu necessito de você na minha vida não porque sou incompleta e vejo em você a metade da minha laranja, ou a solução de todos os meus problemas, não. Eu necessito de você porque o que vejo, na verdade, são duas pessoas extremamente cheia de defeitos e inseguranças, mas que construíram uma forma bastante satisfatória de lidarem com isso juntas. Desse modo, percebi que para que você me aceitasse e admirasse, não era necessário que eu fosse a mais perfeita, a mais dócil e meiga. Longe disso, passei a te admirar justamente por compreender que mesmo nos momentos que sou, e isso eventualmente acontece, irascível, "marrenta" e indelicada, eu não deixo de ser eu mesma, e que são sintomas de que algo errado está se passando aqui dentro. E isso é mais um motivo para prezar pela sua presença em minha vida: o fato de não me julgar, por entender que já estou calejada de cobranças e julgamentos, ao invés disso me oferece seus olhares sempre acolhedores. O seu olhar é outra coisa que tenho gosto de ver, pois geralmente me mostra o que preciso ver, ou serve apenas pra repreender quando eu mereço.
Falando em sentidos, me fez lembrar da sua voz. Pois é, eu gosto dela. É firme quando tem de ser, mas sabe muito bem ser suave e da tonicidade que consegue me fazer calar, apenas pra ouvi-la. E confesso que não sou uma boa ouvinte, que falo muito mais do que preciso, porém, você de um jeito que não compreendo bem, consegue achar sentido no turbilhão de coisas que te bombardeio todos os dias.
Acho que acima de tudo, gosto de como nos relacionamos, porque você não faz nenhuma cerimônia em apontar meus erros. Contudo, depois de um tempo, me dei conta que essa foi a melhor forma de estimular a    evoluir, mais que isso, que meus erros são completamente banais, podem muito bem serem evitados. E você talvez ainda não saiba, mais conta muito mais pontos comigo quem consegue olhar nos meus olhos e me apontar meus erros, do que quem perde um ou dois minutos do dia me elogiando a toa, mas você, com seu jeitinho, achou uma forma de fazer ambos sem conseguir me tirar do sério.
Bom, tudo isso, ao contrário do que pode parecer, não foi uma declaração de amor. Não. O conceito que tenho de uma declaração é de algo que precisa ser feito para validar alguma coisa, nesse caso, um sentimento. E não acho que é esse meu propósito. Não preciso disso para validar o que eu sinto, acho que o faço diariamente, por pequenos gestos, palavras. Além do mais,muitas das declarações de amor que vejo por aí,giram em torno de sentimentos tão "plásticos", tão puros e perfeitos, e como você já deve saber a essa altura, eu ignoro coisas que tendem a perfeição.
Esse é afinal, a maior qualidade da nossa relação, a sua imperfeição, justamente porque assim sendo, abre-se  um mar de novas possibilidades para evoluirmos, nos tornarmos melhores para o mundo e um para o outro. 
Finalmente, queria deixar claro que  o que sinto por você é sincero, que é o melhor que consigo ser, e que me faz feliz, e espero que seja da mesma forma pra você. Por isso, um simples "eu te amo", ao meu ver, seria bastante limitado. Pois te lançar essas três palavras nos braços é bastante fácil, o complexo, porém bem mais prazeroso é ir descobrindo novas formas de senti-lo cotidianamente. E tenho dito."

-NayaraAlexandra.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

No plans.


Decidida a viver um dia de cada vez, precisava aprender a parar de pensar no dia de amanhã.
Era uma marca incontestável da sua personalidade: sofrer de véspera. E já estava cansada da expressão séria e sabichona dos mais de 4 psicólogos que em vão consultou, ao dizerem que ela sofria de um Transtorno de ansiedade qualquer, pois achava que sua insatisfação e desequilíbrio emocional eram demasiadamente complexos pra caberem em duas palavras tão amplas. Na verdade não sabia nem se era desequilíbrio ou pura desculpa mesmo. Pois é, era mais fácil atribuir a qualquer desordem mental a culpa pelos fracassos da sua vida do que assumir que errou por incompetência ou preguiça, ou qualquer um desses defeitinhos banais que ela escondia. Isso de esconder me lembra que ela por si só era bastante reprimida e controlada. Ou ao menos, gostava de achar que tinha o controle. Funcionava assim: Não gostava da rotina, porém antes de inovar calculava várias rotas de possíveis mudanças, só pra ter certeza que não seria surpreendida por si mesma ou pelos os outros. Não contava com o acaso. Tinha um medo mortal de ser pega desprevenida. A coisa era tão séria que não admitia que algo inesperado lhe ocorresse, lógico que não. Não admitia que o destino tomasse as rédeas da sua vida. Verdade mesmo, é que ela acreditava para caramba nele, no destino, mas a ideia de algo que não fosse ela mesma que criasse ou alterasse a sua simples vidinha lhe assustava tremendamente. Porém, estava progredindo nesse sentido; vez ou outra se entregava ao que aparecia na sua frente sem reservas, às cegas, pra sentir a sensação que era forte o suficiente pra quebrar suas próprias regras. E não é que conseguia? Que ao menos de vez em quando, agia sem planos, sem roteiros. E mesmo negando por um tempo, era mais feliz nesses dias. Nos dias que não esperava quase nada, mas que acabava recebendo tudo que precisava. Nesses dias atípicos para alguém de seu feitio, ela costumava parar pra pensar, pensar se conseguiria ter mais dias como esses, sem planos, sem restrições. O fato é que não se sentia pronta pra mudar, que toda e qualquer mudança a acoava, que acostumou-se a primeiro planejar, calcular e por fim, por em prática a decisão que julgava mais segura. Mas haviam esses dias estranhos, dias mais coloridos, em que ela deixava de lado todos os medos, todos os planos e vivia. Vivia não mais de acordo com seus planos, mas de acordo com seus sentimentos. Em tempos assim não tinha garantia nenhuma que tudo iria dar certo ou de que não fosse sofrer/fazer sofrer, contudo era apenas nesses dias que se sentia de verdade, que sentia que definitivamente tinha vindo para vida para fazer muito mais do que apenas viver, e que a vida volta e meia podia lhe agraciar com uma boa surpresa.
-Nayara Alexandra.


"A vida é o que lhe acontece, enquanto você está ocupado fazendo outros planos" (John Lennon)


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

E trate de parar de pensar que a vida é como projeto arquitetônico, pontinho nos "is", com medidas equivalentes e correspondência entre lados, ângulos e tudo mais que soa perfeito.
Não, meu amigo. A vida tá mais pra aquele filme de terror bem meia-boca, mas que você continua assistindo só pra ver se se assusta ou morre de rir das cenas de suspense mal produzidas. 
NayaraAlexandra.
















"Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós."
Martha Medeiros

                                                          

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"...essa moça tá diferente." ♫



Quem a vê agora, expansiva e sorridente, talvez não desconfie que em outros tempos limitava-se a meios sorrisos e a falar só se falassem com ela. Agora no entanto, falava só por falar, porque já não ficava mais a vontade com o silêncio.
Quem a olha agora, segura e decidida, talvez não desconfie que no fundo ainda traga consigo uns restinhos de insegurança, umas pontinhas que sejam de covardia, e aquele medo sempre presente de errar. Contudo, a moça de agora parece ter aprendido que seus erros tinham mais a lhe ensinar do que a punir.
Quando se olha pra ela nesses dias, vê-se que irradia uma confiança diferente, uma certeza. O que não sabem, no entanto, que lá no fundo, era mais em si mesma que ela confiava desde então, que quando começou a perceber que nem sempre outrem condizia com tudo aquilo que ela imaginava, notou que ela mesma inspirava bastante confiança, e seguiu mudando.
E agora, quando se olha pra ela, já dá pra notar mesmo sem quem querer, que a moça está feliz. Não aquela felicidade programada que teimava em expor pra o mundo, mas com aquela felicidade genuína, de quem é feliz mesmo, sabe?
E que agora, ao contrário de outros carnavais não se via mais a moça pelos cantos, sozinha, perdida nos seus próprios dilemas. Não, quem olha pra ela agora já nota mais cor, mais companhia, mais barulho. Pois como foi dito, faz tempo que o silêncio deixou de ser seu fiel companheiro.
E ainda assim, tem gente que ainda olha desconfiado, especula, faz hipótese. Tentando acertar bem na mosca que "diacho de coisa que foi essa" que mudou a moça desse jeito: pensam em amor novo, em simpatia, dinheiro entrando e por aí vai. Os mais ousados às vezes até perguntam, a moça-mudada-feliz com o seu novo sorriso sorrateiro-misterioso, responde prontamente:
- Bem, acordei um belo dia e percebi que algo ao redor estava diferente, que tudo tinha cor, tinha cheiro, tinha vida. E aí me dei conta que talvez,  era aqui dentro de mim que estava tudo em escalas de cinza, que estava tudo inerte. E a duras quedas fui me convencendo que para que olhassem de forma diferente pra mim, pra que notassem que eu estava por ali, e que aquele mundo colorido também me pertencia, tinha que aprender primeiro a me olhar no espelho. Me aceitar assim, incompleta. Porém, única. Errante, porém, passível de mudanças. Nesse instante, ao olhar no fundo dos meus próprios olhos, descobri que a chave e o agente transformador para minha felicidade estava bem ali, bem na minha frente. E tenho dito.
-NayaraAlexandra.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

...e a mentira?

Em uma conversa banal de pai pra filho:
-Pai, a gente pode mentir?
- Poder até pode, mas não deve, meu filho.
- Por que?
-Porque por pior que sejam as coisas as pessoas tem o direito de saber a verdade e também não é certo ganhar alguma coisa por causa de uma mentira.
- Então quem mente é ruim?
- Nem sempre, ás vezes a gente fica com medo e acha que a mentira pode machucar menos que a verdade.
- E dá certo, as pessoas ficam sem machucar, papai?
-Olha, a gente até acha que sim, no começo, mas é que nem uma barreira bem fininha contendo uma cachoeira: até resiste um pouco, mas quando a barreira se rompe, toda aquela água acumulada pode passar levando tudo com ela. 
- Então o que senhor quer dizer que a mentira só serve pra segurar uma coisa que vai doer de qualquer jeito, mas que a gente guarda e quando solta dói mais ainda?
- É meu filho, é por aí.
-Então não vou mentir nunca!
-Bom, meu filho, quando você crescer vai perceber que ás vezes a gente mente, mesmo sabendo que é errado.
- Ué, papai e como fica?
- Bom, a essa altura você também vai ter crescido o suficiente pra aprender que quando isso acontece a gente tem que ser muito forte e arcar com as consequências das nossas mentiras, e que quando a gente sabe que não vai conseguir a única saída vai ser sempre a verdade, por mais dolorida que ela seja.

-nayaraalexandra

domingo, 2 de dezembro de 2012

Pensar-escrever.

Conversa vai, conversa vem...
-E por que você escreve?
-Porque achei o caminho mais fácil pra mostrar como me sinto.
-Caminho, como assim?
-Percebi que a linha pensar-escrever é mais confiável que a linha pensar-falar. A boca sempre distorce o que a gente pensa, as palavras não. Portanto, não usar a boca na hora de externaliza-las tem sido mais verdadeiro pra mim.
-Verdade, as palavras nunca mentem. Mas como vou saber o que escrever?
-Simples, feche os olhos, esqueça pudores, preconceitos ou temores, que tudo que vier depois vai ser verdade, vai ser seu. 
-NayaraAlexandra

ps: inspirado em uma conversa que de fato aconteceu.

Tem que ter retorno.



Porque por mais que glorifique e seja bonita a ideia, tem uma hora que o amor tem que ter retorno.

Isso mesmo, tem que ser dado e recebido de volta.
E quando digo amor, falo dele em todas as instâncias: amor amigo, amor irmão, amor materno, amor paterno, amor-amor, amor de qualquer jeito, qualquer cor, raça e opção sexual.
Não espero nem que seja na mesma proporção, mas se volta um pouquinho, o suficiente pra fazer a "roda girar", tá valendo.
Porque tem umas horas que a gente cansa de cuidar, cansa de se preocupar, cansa de correr atrás. 
E espera nesse instante, que tudo que foi dado um dia, retorne pra si. Pode parecer egoísta, mas depois de Jesus Cristo, acho que mais ninguém amou já esperando conformado pela cruz. Não, na realidade o que a gente quer é ser amado, ser cuidado, mesmo que passe um tempo considerável dizendo pra si mesmo que não se importa, que está feliz em amar de graça. 
Bom, o pior é que uma hora bate o cansaço, o desânimo, começa a doer amar assim. Amar sem retorno.
E nos restam duas saídas: Ou continuamos amando e acostuma-se com o incômodo, fazer o que. Ou se sai pra vida e liga-se o "Tô nem aí" em modo automático, e para-se de preocupar.
É tudo uma questão de escolhas nessa vida. Menos amar, amar não se escolhe. Você pode bancar o forte, engolir a seco, mas não deixa de sentir, a questão é como você sente, sentimentos não acabam simples assim, se transformam, apenas.
NayaraAlexandra.





"Como as plantas, a amizade não deve ser muito nem pouco regada."
 -Carlos Drummond de Andrade



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

"[...] a felicidade onde está?"


Pra começo de conversa, estar feliz não é difícil, não. É bastante simples até, nem requer muito intelecto e esforço da sua parte. Não funciona assim. A felicidade, ao meu ver, é algo natural, porém transitório. É, transitório! Ninguém é feliz, por exemplo, eu: Eu não sou feliz. Talvez hoje eu não esteja totalmente feliz, mas amanhã quem sabe? Por essas e outras coisas não me conformo com respostas bonitinhas e pré-definidas do tipo: "Sou uma pessoa feliz o tempo todo", ou "Fulano é a causa da minha felicidade". Primeiro, ninguém é feliz o tempo inteiro, segundo, a felicidade é um estado de espirito pessoal, se você se sente feliz na companhia de alguém é porque no mínimo, algo está bem dentro de você e possibilitou isso, desencane dessa ideia de alma  gêmea, príncipe encantado e tudo mais que movimenta a indústria do amor. É tão mais simples se manter equilibrado, atento pra tudo de bom que acontece diariamente e aí quem sabe no meio de tudo isso, não tem alguém interessante que complemente suas frustrações, ou lhe fale as coisas que você precisa ouvir? Não precisa que seja lindo, sarado, sensível e meigo, que tenha um PHD e uma conta gorda no banco. Vá por mim, apenas coisas desse tipo não vão te fazer sentir feliz. Aí, você "me lendo" ou me vendo por aí, pode pensar "Nossa, como ela é... será que é depressiva? Deve ser mal amada!" Rá! Conseguem visualizar a minha expressão de preocupação? A resposta é não, porque eu não estou preocupada com isso. Bom, nunca me diagnosticaram com nenhuma depressão, e se eu a tivesse, seria bastante madura pra tratar dela, e quanto ao amor, não me considero mal ou bem amada. Acho que recebo afetos e cuidados na mesma proporção que os ofereço, e até onde sei minhas contas estão equilibradas nesse sentido. O fato é que por uma série de motivos, as pessoas preferem parecer felizes, esfregar na cara da sociedade uma euforia descontrolada de viver pra quem sabe, ofuscar aquele vazio que elas carregam consigo. E quando digo as pessoas, quero dizer que a minha farinha também está contida nesse saco, a diferença talvez, é que depois de algumas "sacudidas" que a vida meu deu, eu parei de tentar fingir. Parei de tentar me convencer que sou forte o suficiente pra me manter inatingível e feliz 365 dias por ano, quando na verdade não sou. Meu estado emocional está mais pra uma montanha russa com quedas e "loops" do que pra uma esteira rolante harmoniosa e controlada. Contudo, a partir do momento que aceitei isso, passei a lidar melhor com os "baixos" da vida, e a encará-los não necessariamente como derrota, mas como um incentivo inesperado para o meu crescimento. Foi daí que percebi que em dias assim, não há como eu dizer que sou feliz, quando na verdade não me sinto assim. Porém, o dia por pior que seja, sempre acaba, me dando mais "24" novas chances de fazê-lo melhor no dia seguinte. No entanto, atrevo-me a me dizer que repensando minha vida até hoje, cheguei a conclusão ( e fiquei ao feliz ao fazê-lo rsrs) que passei a maior parte da minha vida estando feliz, que não foi sempre que quis chorar, ao contrário, boa parte da minha vida eu estava rindo sem motivo, e isso me deixou feliz. Fiquei feliz por saber que passei minha vida com mais dias felizes do que tristes. Mas não me envergonho dos meus dias infelizes, nem deveria, sei que, talvez não hoje, ou amanhã, ou depois, mas um dia terei condições suficientes para entender a importância desses dias na minha vida, de como a infelicidade foi necessária para que eu buscasse meios que possibilitassem a minha felicidade, afinal, transitória ou não, vivemos em busca dela, não é mesmo? E hoje, você está feliz?
NayaraAlexandra.

"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz."
                                                                                         - Sigmund Freud 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

(Re) Começando.


Há cerca de dois meses  não se viam. Até ouvir sua voz do outro lado da linha ao marcar o encontro, tinha sido estranho. Mas tinham que fazer, precisavam se dar outra chance. Nesse período, tentaram, em vão, se distrair com outras bocas, outros corpos, porém, como foi dito...em vão. Não era a mesma coisa; ainda não tinham encontrado em ninguém a mesma sensação de quando se tocavam. Na verdade, ela não sabia se isso era saudades de fato ou apenas força do hábito, o que dava mais um motivo para se verem hoje. Faltou estágio, acordou duas horas antes do habitual de quando não tem compromissos. Afinal, não queria estar com cara de "caída da cama", tão pouco de cansada, por isso na noite anterior foi dormir mais cedo, ou melhor, tentou dormir. O que aconteceu na verdade, foi um sucessão de memórias que lhe bombardearam por boa parte da noite; lembrou da primeira vez que se viram, do primeiro beijo, a primeira briga...daí foi natural lembrar da separação, das brigas que começaram a virar rotina, da falta de paciência tomou o  lugar do carinho de sempre, mas sabia que o problema não foi falta de amor, não, isso não. Só chegaram ao um ponto que  acharam que já haviam feito de tudo e sofreriam menos separadas. Mas se fosse falta de amor, ela saberia. Achava que por isso estava anormalmente agitada de manhã, pois sempre ficava assim quando iam se ver, imaginava se ela também estaria se sentindo da mesma forma, encarava como uma espécie de sinal que ainda se amavam. "Será mesmo?"Pensava. Devido a toda agitação fumou mais que o comum, olhava nervosa pra carteira de cigarros vazia e amassada em cima da mesa e foi inevitável não lembrar de como ria quando era chamada de "devoradora de cigarros", é, não era tão engraçado quando ela lembrava sozinha. Quando estava tentando se acalmar, usando a maquiagem pra isso, escuta o interfone, correu pra atender como um daqueles maratonistas que vê na tv: cansados e felizes ao mesmo tempo. 
-Pode mandar subir.
Sabia de cabeça que da portaria ao seu apartamento eram cerca de um minuto e meio, era o tempo que tinha pra tentar não parecer tão vulnerável, porque apesar de sentir sua falta, não podia esquecer que foi deixada, que mesmo sabendo que houveram motivos, a decisão de  desistir não foi sua. Queria, ao menos nos primeiros minutos de conversa, deixar bem claro que ainda estava magoada, que doía e que tinha um pouco de orgulho. Mas temia que quando visse seu sorriso lindo e seus olhos, se perdesse neles. Então, eram um minuto e meio de auto controle, basicamente.
"Chegou!"
Não tocou a campanhinha, claro. Era de seu costume dar três batidinhas na porta. "Ao menos ainda lembra disso."-Corou ao pensar.
Ela abriu a porta, se olharam por bastante tempo, ou alguns segundos, nunca saberemos como o tempo estava passando naquele instante.
Sentia seu coração batendo num ritmo totalmente irregular, mas não estranho, era o ritmo de dois meses antes, o mesmo. Sabia que tinham muito a dizer, mas não conseguiam quebrar o silêncio. Então de repente, tentando procurar aquelar dorzinha, o buraquinho que havia se formado dentro de si, se assustou: não estava mais lá, já não doía. Não sabia se por se sentir assim indicava que iriam se reconciliar, porém pensou de novo " Não dói mais". 
-Posso entrar? -perguntou.
-Pode, pode sim. - e dizia o mesmo tempo a si mesma: "calma, já pode entrar, talvez não permaneça, mas não dói mais".
E percebeu que talvez haviam chances de não reatarem, que fosse mais força do hábito que saudades, e que o nervosismo fosse só porque tinha medo de constatar a verdade. Bom, ainda tinha amor, verdade, tinha mesmo. Mas talvez não valesse a pena retornar para os erros de sempre, que levavam ao sofrimento de sempre. Sentia na pele o que queriam dizer quando falavam que tem horas que só o amor não basta, mas para sua surpresa, não estava triste. Ao contrário, finalmente se sentia livre. Pois estava ali, inteira. Não tinha desabado com o primeiro sorriso, o primeiro olhar. Sabia que estava pronta, pronta pra seguir adiante, pra aceitar com sobriedade o que fosse resolvido naquele dia. Sabia que iria ficar bem, afinal, já não doía mais. 
-NayaraAlexandra.






quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"IMPORTAÇÃO"


Palavra com o significado remodelado por mim, nesse momento, e que consiste na ação de se se importar com algo/alguém ao meu redor e internalizar essa preocupação transpondo-a sobre meus próprios sentimentos e preocupações. Neologismos a parte, o importante nessa história  mesmo, é o fato de que a altas penas, percebi o quanto isso influencia a minha vida. Digo isso porque durante muito tempo minha imaturidade e falsa "autossuficiência" me levaram a crer que minhas experiências e descobertas dependiam exclusivamente do meu julgamento e versão própria das coisas que me ocorriam. Hoje, eu sei que mesmo tendo levado alguns "tapas" na cara da vida e tenha conseguido me impor, conquistar minha identidade e tudo mais, compreendo que sou o reflexo do que acontece ao meu redor. E não falo de fatos estritamente meus, mas sim daquilo que movimenta a vida de outrem, mesmo. Também percebi que por baixo de toda capa protetora que criamos contra quase tudo nessa vida, somos recobertos por uma "pele" emocional totalmente absortiva, que basta um pouco de sensibilidade pra nos sentirmos tocados pela dor alheia, a alegria alheia, ou qualquer outra coisa que não é nossa. Com isso, me dei conta do tão alienada que fui um dia, crendo cegamente que era imune as reviravoltas do mundo ao redor de mim. Que ao invés de absorver, minha pele emocional era capaz de filtrar. Balela. É puro egoísmo dizer que não se importa com nada disso. Desconfio do nível de sanidade mental de pessoas assim, rs. A verdade é, que foi bem mais formador para minha própria personalidade abrir os olhos para algo acontecendo ali do meu lado, do que me fechar pras meus próprios dramas, que aprende-se mais parando por alguns momentos do dia e se importando com algo que aparentemente não me diz respeito, mas que talvez eu possa ajudar, mostrar algum apoio, do que perder um tempo considerável solitária com meus próprios dilemas. No meio disso tudo, passei a valorizar nesses fatídicos momentos de "tempestade" posturas semelhantes as minhas, de pessoas que não se incomodam em perder algum tempo ouvindo minhas queixas e lamentações, pois tem a certeza que na situação inversa eu faria o mesmo por elas. Bom, as vezes, confesso, pareço ter mais habilidade em lidar com crises alheias do que com as minhas, porém, quando as minhas chegarem sei que não estarei só. Sei que cultivei na minha breve existência, laços resistentes que me permitem gritar e espernear quando necessitar de ajuda, e ter a certeza de que serei ouvida e acolhida. Talvez por isso, vendo que de onde menos esperava, acabavam aparecendo coisas boas, pessoas interessantes e bons conselhos, que comecei a "importá-los", a me fazer de espelho e refletir tudo de bom que recebia. Bom, vem dando certo, já que não me lembro da última vez que tive que passar por uma "barra" solitariamente. Bem, é verdade, você deve estar pensando aí: "E as coisas ruins, quando você não recebe apoio ou se depara com atitudes sofríveis?" É, isso acontece também, como muita frequência, por sinal. Entretanto, não me preocupo demasiadamente com isso, não mais. Coisas ruins acontecem mesmo, fazer o que? O que vale mesmo é como vai se lidar com isso, o que vai se tirar de bom da experiência,  o que se pode fazer a respeito.O que não dá pra se fazer de forma alguma, é "estancar" achar que o seu problema, assim como o biscoito é o último do pacote. Pasme: não é. Há sempre alguém, muita vezes bem perto, que estejam mais dilacerados que nós. É, tem sim. O nosso problema não é o pior, pode crer. Eu prefiro fechar os olhos, agradecer a Deus, ou seja lá o nome que você dê a ele, e seguir em frente, pensando que há sempre uma solução pra tudo. Nós podemos não estar vendo, mas sempre tem. E sempre de onde menos se espera, pode vir ajuda. É, e tenho dito.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Post pra o meu corajoso amigo.

Normalmente eu não falo diretamente sobre coisas que me acontecem, pra isso não virar um diário, porém tem coisas que não consigo absorver sozinha. Por exemplo, recentemente, um amigo muito próximo me contou que decidiu tomar uma decisão, uma decisão muito difícil, por sinal, que eu sei que pode mexer muito com a vida/cabeça dele. A questão principal, e que eu não percebi de inicio, era o quanto aquela decisão importava pra ele, o quanto fazer aquilo, por mais que houvessem chances de que ele se machucasse, iria fazer com que ele se sentisse melhor, no fim das contas, porque foi a SUA decisão.
O que me fez sentir um tanto decepcionada comigo mesma foi o fato que a primeira coisa que eu deveria ter dito a ele era o quanto eu estava orgulhosa dele e que o apoiaria no que fosse possível da minha parte. Assim, eu realmente senti isso, de coração, e estou sentindo ainda, mas tudo que consegui dizer a ele foi reflexo do meus próprios medos. Porque no lugar dele, eu sentiria muito medo de sofrer e fazer sofrer, e isso me paralisaria. Então eu senti medo de que ele sofresse, porque o amo muito e vê-lo sofrer iria me fazer sofrer também. 

Com isso eu descobri que a gente (leia-se eu) tenta ao máximo mostrar que é forte, que tem o controle da situação, quando na verdade o que gente não aguenta mais é ter esse controle, que controlar as coisas, muitas vezes, machuca mais do que deixar elas saírem, e que guardar essas coisas dentro da gente muito tempo, faz mal, muito mal, mesmo que por fora pareça estar tudo bem. E também descobri que tenho medo de fazer isso, medo de não aguentar as consequências de "se perder o controle". Por isso tive medo por ele, na verdade, estava só reproduzindo meu próprio medo. E me senti mal, frustrada por isso. Me deu vontade de chorar e pedir desculpas a ele e dizer a "coisa certa" que pensei e senti desde o começo. E aí descobri outra coisa sobre mim: Eu geralmente não faço as coisas que sinto e penso e acabo fazendo tudo ao contrário e as pessoas não me entendem como eu queria que entendessem. Bom, como sou um pouco ruim falando, vou mostrar esse post ao meu amigo, espero sinceramente que ele não se sinta desencorajado por minha causa, e que saiba que mesmo com medo, eu estou do lado dele. E é isso.

-NayaraAlexandra.

sábado, 20 de outubro de 2012

"Mesmo sozinho..."


Era um dia normal...pra maioria das pessoas, menos pra ela. Ela tinha acordado a hora de sempre, comido o de sempre no café da manhã e ido a faculdade como todos os dias. Mas em muitos anos era primeira vez que acordava "sem" ele. Durante esse tempo, acostumou-se a acordar com seus sms matinais, seus mimos matinais. Chegava a sentir o buraco enorme que essas pequenas coisas deixavam no seu dia. Mas, mais que perdidamente apaixonada por ele, ela estava acostumada à ele, acostumada a olhar para o lado ou para si mesma e antes de se ver, ela o via. Como lidar com a sensação de que agora era somente ela? E se perguntava se era mais difícil estar sem ele, ou estar só consigo mesma. E pensava: "ao menos com ele, eu tinha o controle, eu sabia onde pisava, mas a ideia de lidar comigo mesma me atormenta mais que qualquer fossa." 
Nos dias que se seguiram, ainda se falaram, se viram. Mas não era a mesma coisa, não. O mundo não parava mais de girar quando ela o ouvia, na verdade, ouvi-lo quase doía, porque era um meio um déja vu, mas ao contrário. Mesmo assim, por força de todos os hábitos era difícil cortá-lo de vez da sua vida. Não sabia como, e não tinha certeza que se o fizesse o quanto dela estaria cortando junto. Preferia mantê-lo perto, nem que fosse por segurança, por lembrança, por costume, por...por ainda não estar segura o suficiente pra seguir só. Na verdade, ela não admitia, mas no fundo ainda se imaginava com ele, ainda se pegava pensando nos dois como um casal, afinal até poucos dias atrás isso era tudo que ela conhecia como certo, não entendia bem ainda como ficou "errado" tão rápido. Quando perguntavam, ela sempre tinha uma resposta, tinha ensaiado em frente ao espelho o motivo do término do seu relacionamento, tinha que convencer, tinha que se convencer acima de tudo, pois aprendeu com a vida que as coisas ruins ficam mais fáceis de se engolir quando a gente se convence que teve um lado bom, que foi necessário. 
Era o que tentava fazer todos os dias, avaliava pela milésima vez porque acabaram, ponderava sobre cada um dos motivos. Tentava equilibrar o duelo da sua razão contra sua emoção se convencendo que estava melhor sem ele! Pronto falei! Mas não era assim tão simples, preto no branco, matéria exata. Essas coisas estão mais pra tentativa e erro, mesmo: tentando estar bem por mais um dia, errando em não conseguir, tentando no outro dia e coisa e tal, até o dia que pensar nele não doa, que não perca horas sem dormir pensando que estaria falando com ele em outros tempo no mesmo horário, e seu ciclo circadiano já sabia disso, que ao olhar pra o lado ou pra o status de relacionamento da sua rede social não sinta aquela mistura de nostalgia  e oco mais uma vez, ou quem sabe, ambos percebam que tudo isso foi um equivoco, que todos os motivos que penaram para aceitar, não fazem nenhum sentido e se deem outra chance, seja um com outro ou outra chance pra vida mesmo, quem sabe?  
Bom, ela, no momento, não sabia. Só sabia que com ou sem ele tinha que prosseguir, tentar  ver que sua vida é bem mais complexa que seu relacionamento encerrado, que existem mais coisas e pessoas que a fazem rir sem motivo, que há vantagens em estar solteira, entre elas poderia passar mais tempo consigo mesma e que por maior que fosse a angústia que estivesse sentindo agora, ela era daquelas pessoas pacientes, que acreditavam na ordem natural das coisas e sabia que o tinha de ser seu, aquilo que ela merecia, estava por vir, ninguém tiraria isso. Precisava acreditar nisso, pra seguir adiante, pra que no futuro ao lembrar disso, estando só, com ele ou com outro alguém, perceba que não dói mais, não.Dá até uma ou duas borboletinhas na barriga, mas não machuca. E assim perceba que precisava daquilo, precisou ter passado por tudo isso, pra crescer, pra saber mais de si, pra amar melhor, se amar melhor e estar feliz, mesmo sozinha e agradecer por ter passado por tudo isso pra enfim, chegar a conclusão mais válida da vida: Que o segredo da sua felicidade nunca esteve apenas "nele", como ela pensou por anos, estava consigo o tempo inteiro, ela só precisava, quem sabe, olhar menos ao seu redor e procurar um pouco mais em si mesma. 
E tenho dito.
-NayaraAlexandra



 "Normal, estou vivendo simplesmente
Não vou ficar pensando
Se tivesse sido contrário
Estou feliz
Mesmo sozinho
Esse silêncio é paz
Nesse momento cai
Uma forte chuva
Quem vai ficar chorando?"
Nando Reis- Mesmo  sozinho

Ps: Baseado na vida alheia. Rsrsrs.
Ps: A vida alheia autorizou-me a publicar.

sábado, 13 de outubro de 2012

Lições que a vida me dá.


Aprendi a muito custo que o "tudo bem", às vezes, pode não estar bem, consequentemente, aprendi que nem tudo que se diz é de fato o que se quer dizer. E que nessas horas ao invés de pirar e especular uma possível explicação, o melhor mesmo é esperar e ver no que vai dar. É, aprendi também a esperar, esperar calmamente. Isso é tão difícil. Pois eu cresci querendo as coisas pra ontem, e pessoas que querem as coisas pra ontem, sofrem bastante quando descobrem que tem coisas que só chegam amanhã, depois de amanhã, ou nem chegam. Bom, pelo menos por causa disso eu aprendi a lutar com mais afinco pelo o que quero ( pra me safar de esperar, na verdade) e percebi que as coisas são mais gostosas quando chegam assim, com esforço e dedicação. Contudo, me doeu muito aprender também que existem coisas que nem valem a pena de se lutar, e assim tive minhas lições sobre desistir. E venho tentando até hoje ponderar entre isso e covardia. Entre o que/quem não merece meus esforços e o que eu rotulei assim por pura conveniência. É, aprendi que nem todo mundo é bom, que existe gente má e muita coisa errada nesse mundo, talvez mais coisa errada que certa, porém aprendi que é sempre bom ter esperança e que as pessoas boas ainda estão por aí. Ah, claro. Não poderia esquecer, aprendi que amores eternos e pessoas perfeitas não existem, por mais que a gente acredite e perca um tempo absurdo indo atrás deles. Tempo esse que poderíamos estar sendo deveras felizes, mesmo que com aquela pessoa errada, cheia de defeitos, mas que torna nossa vida menos chata. Pois é, aprendi que a felicidade, aquela de verdade, não está necessariamente no mais bonito, mais perfeito, mais "cor-de-rosa", não. Isso tudo é ilusão, e eu aprendi que ilusões não enchem barrigas, nem cabeças (rsrsrs), que é na dura realidade de cada dia, quando a gente vai matando um leãozinho e comendo uns pãezinhos amassados pelo capeta que a gente encontra o prumo, e um jeito certo de ser feliz.
Falando em felicidade, descobri com muito gosto que não posso ser feliz sozinha, que preciso de gente linda e idiota do meu lado pra me fazer rir, mesmo quando não tem nenhuma graça, mas eu não quero mais chorar, que meus amigos são completamente estranhos, loucos, e que volta e meia tenho vontade de matá-los, mas que desisto logo porque não saberia viver sem eles.Que eles podem não me dizer nada, e nem precisam, mas os meus braços já estarão abertos só pra garantir. Aprendi também que com todas as diferenças e "batidas de frente" minha família vai ser sempre onde eu vou me sentir segura e amada, mesmo que eu não reconheça isso. Hum, acabei aprendendo também, que as pessoas não são obrigadas a aceitar a forma como eu penso, como falo, visto e me apresento, mas isso de forma alguma impede que eu o seja e que eu respeite quem for diferente também, afinal iria ser tudo muito chato se fosse "igualzin".
Enfim, acho que aprendi bastante coisa nessa vida, mas acima de tudo aprendi a lição mais importante: que me esforço para não esquecer: que não sei, e nunca vou saber o bastante, que a vida me ensina todos os dias e eu devo ter humildade e maturidade suficiente pra entender isso de boa, sem entrar em desespero quando algo foge dos trilhos e que nem sempre tudo vai sair como eu espero nem eu vou agir da forma mais correta... mas paciência, aprendi que sempre se pode recomeçar, dar um tempo, por tudo no lugar e esperar que a vida me dê mais uma lição. E pode crer, ela sempre dá.

sábado, 29 de setembro de 2012

Me olha, vai.

Me olha com aquele olhar que parece me invadir,
Que me vê inteira, me vê de verdade.
Me olha com aquele olhar pidão,
Esperando que eu olhe de novo, em resposta.
Me olha pra me repreender,
Aquele olhar sério que só eu entendo.
Me olha pra me acalmar,
Quando eu olhar desesperada.
Me olha só por olhar,
Só pra eu ver que você me vê.
Me olha 43,já saindo,
Mas me olha,vai.
Só não passa cabisbaixo, com óculos escuro.
Eu preciso que você me enxergue, que você me veja.
Pra que eu tenha certeza que ao menos naquela fração de segundo,
Eu seja a única coisa que você vê,
E sinta tudo o que eu sinto,
E que torço que os meus olhos me entreguem.
Esquece de tudo, mas não disso.
Me olha,vai.
-NayaraAlexandra.
"Muda os olhos para anoitecer, é só você se afastar."


sábado, 25 de agosto de 2012

Felicidade em fascículos?


Os famosos "Best-Sellers" de auto-ajuda estão cansados de te dizer que você deve ser mais você,mais seguro, mais "gostoso", mais paciente...mais perfeitamente feliz.
Só que às vezes, o que a gente quer, mas quer mesmo bem lá no fundo... é só ser inseguro, menos paciente, menos feliz?
Sabe por que? 
Porque inconscientemente, o que a gente precisa é de um espaço pra algo ou alguém nos mostrar a segurança, nos mostrar a paciência.
Não estou dizendo pra sermos dependentes dos outros, e coisa e tal.
Estou dizendo que nesse mundo enorme e maluco, não seríamos tão felizes assim, sem nos conectarmos, sem, nem que seja de vez em quando, tirar a armadura que a gente lustra todo dia, e chorar na frente "daquela" pessoa só pra ganhar um abraço. É descer do salto, pelo menos uma vez, e ter coragem de admitir que pisou na bola. É não ter vergonha de dizer que precisa de ajuda. 
Enfim, é compreender que o ser humano, aqueles de verdade, não os da tv, não são e nunca serão perfeitos, não são e nunca serão totalmente seguros, não são pacientes 100% do tempo e não são tão completos como pensam que são.
E aí, é nessas horas que há  escolhas a se fazer: levantar a cabeça, espanar a poeira e abrir o coração, abrir sem medo: sem medo de amar, sem medo de não ser correspondido, ligando o foda-se pra todos os avisos de perigo e sendo assim, imperfeitamente feliz... ou se trancar dentro do quarto e de si mesma, achando que a felicidade se vende em fascículos, ficando orgulhoso porque aquele livro que traz a fórmula mágica virou um best-seller pra tentar esconder que a sua vida segue,assim: sem graça, sem decepções, sem surpresas nem grandes emoções... perfeitamente infeliz.
-NayaraAlexandra

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Desapego?


 Era difícil de lidar...não, não é que fosse antipática, antissocial, antiafeto, anti qualquer coisa. Não, só era do tipo de pessoa “guardada”. 
Você pergunta “guardada de quê?”. Guardada do mundo, guardada da decepção, guardada do amor.
 Era daquelas que não confiava em ninguém, nem em si mesma. Só dava bom dia séria pra ninguém achar que queria criar um vínculo. Agora me digam: ela não sofria, não se decepcionava, não criava vínculos, então assim, sem sofrer, sem se decepcionar, sem se apegar, ela era feliz?
“-Não, ela passava pela vida sem viver.” Era o que diziam dela.



NayaraAlexandra.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Aquele não sei o quê.

E tem uns dias, desses até bem comuns:
Sem chuva, mas também sem muito sol, meio parado mesmo, 
mas que por dentro da gente tudo se move. 
E a gente não sabe por que tanta danação, tanta impaciência.
Surgem teorias: amor novo, problema de família, coisas demais na cabeça pra se fazer e por aí vai...
Mas na verdade nem a gente sabe, o porquê do reboliço.
Só sabe que invade, e que contagia.
É um tique ali, um tropeção aqui,  objetos derrubados de um lado...
Enfim, é a estranha forma de mostrar pra o lado de fora o que tá "pegando" por dentro.
Esperando talvez, que a sensação passe, que tudo se abrande, se acalme
E que a gente descubra, nesses dias tão normais, o que é aquele não sei o quê que a gente sente
Que depois de muito pensar e questionar,
A gente finalmente perceba que isso tudo que parece de momento, sempre esteve com a gente
Que normal mesmo, é ser todo revirado por dentro
Que isso de sentimentos bonitinhos, organizadinhos e com nome pré-definido não existe.
Que o que nos move, é sempre a bagunça, o que a gente sente sem controle, tão sem controle que as represas do lado de dentro um dia não aguentam, e tudo fica exposto, fica vivo, de verdade.
Que de fato, é de vários "aquele não sei o quê que me dá" que se vive a vida.
-Nayara Alexandra.

Louco, eu?


Havia um "louco", desses bem lélés, daqueles de pedra, como diz a história.
Perguntaram pra o louco, por que ele estava no hospício, ele, malandro em dar respostas rápidas e convincentes, respondeu logo:
- Porque aqui é de verdade!
-Como assim é de verdade?
-Aqui, eu não sou louco. Aqui, os outros não me olham como louco. Eu sou mas um, igualzinho a eles.
Aqui eu não preciso ser hipócrita. Sabe, houve uma época que eu podia viver nesse seu mundo perfeitamente, me passar por um de vocês numa boa. E dizia pra mim mesmo que era o certo, que deveria seguir as convenções e tudo mais. E pasme, tem muita gente solta do seu lado, que continua assim. Mas depois de um tempo, depois de ver o que vocês,pessoas sãs, são capazes de  fazer, me assustei. Me assustei com a ideia de me tornar um de vocês. Preferi, ser o que com tanto pesar reprimia, me transportei para meus próprios mundos, onde eu sou que eu quero ser, mas sou sempre de verdade.
Por isso, não me julgue. Que olhando do meu ponto de vista, o louco aqui é você.
-NayaraAlexandra
                                                      


"A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente."
-Clarice  Lispector

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A entrevista.

A jovem garota de roupas simples e leves, porém harmoniosas com seu jeitinho dócil e meigo.
Ela estava nervosa. Muito nervosa. Não pelo seu currículo, isso não. Tinha todos os atributos necessários pra o cargo, mas aquela frase a perseguia: "- Me fale sobre você."
Desde de pequena, mesmo se tornando uma mulher madura, interessante e até de se chamar uma atençãozinha quando passa pela rua, ela nunca se deu bem com ela mesma, nunca soube falar mais de duas frases sobre aquele ser estranho que andava com ela todos os dias.
As três primeiras candidatas já haviam saído, ela sabia que era a próxima.
E era mesmo. Ouvir seu nome ser anunciado pela sala foi uma mistura de um monte de coisas que ela não teve tempo pra pensar, mas sentiu tudinho mesmo assim.
O que veio a seguir, foi clichê: o futuro (ou não) empregador olhando seu currículo, fazendo alguns elogios desnecessários sobre o que ele via por lá, aquela olhadinha básica pra moça pra ver se ela tinha cara de ser "uma pessoa normal" (?), mas tinha algo levemente diferente: O senhor ali na frente, ela sentia que ele olhava de verdade pra ela, sabe? Querendo ver por dentro. Ela quase se dava ao luxo de pensar que ele a deixava confortável, mas passado alguns minutos ela teve certeza que era isso mesmo, ele parecia ser um bom homem, do tipo que enfrentou muita coisa pra chegar onde está, e que sabia reconhecer um semelhante seu no meio da multidão. Ela chegou a pensar que em algum momento ele dizia com os olhos: "Se acalme moça, pra que tanta aflição? Você sabe que vai conseguir."
Será que ele disse mesmo isso? Ou era uma ilusão do seu nervosismo? Não importa, porque agora era o momento que ela tanto temia.
- Me fale um pouco sobre você.
E então percebeu que não sabia absolutamente o deveria dizer em seguida, mas tinha toda certeza que o que falasse seria verdade. Não sabia se foi a calma do senhor que a recebeu, ou se a dela mesma que começava a brotar de algum lugar dentro dela que ela desconhecia, mas ela não estava mais nervosa e falou, falou com o coração, porque aboca estava seca e travada:
- Então, sabe aquela moça que gosta de um sorriso aberto, mas gosta muito mais de quem arranca esse sorriso dela, e que gosta de dormir cedo e acordar cedo pra o dia render mais, e que às vezes só pra sentir que é radical mistura o doce com o salgado, e que nunca entra numa disputa pra ganhar, não, entra pela disputa mesmo, adora a adrenalina, e às vezes ganha. E confesso, pra o mau estar dos meus ouvidos, que sou viciada numa música alta, naquele nível que me tira do mundo. E confesso também que acho os homens bastante interessantes...também. Hum, e que eu sonhava bem mais quando eu era pequena, hoje em dia passo semanas sem sonhar e isso me frusta. E que tenho um medo horrível de fracassar, e por muitas vezes me acovardo e me envergonho disso. E que há alguns minutos atrás, eu estava temendo esse minuto de agora, mas agora ele chegou e eu não sei o que esperar dele, e eu odeio não ter tudo planejado, não acredito no acaso e acho que tudo é bonito demais pra ser fruto de coincidências. E sou aquela que está aqui, totalmente desarmada, confiando seu futuro profissional e a realização de alguns dos sonhos que tinha quando era pequena e sonhava mais, e que sabe que pode fazer um bom trabalho se a deixarem entrar, porque se preparou pra isso a vida toda, e sabe que vai conseguir, pois até hoje ela não sabia, mas sempre "se acreditou" .Hoje finalmente, ela gritou isso pra si mesma, bem alto.
O senhor a fitava sério, pensativo, sem nenhum ar de surpresa na face. Passaram-se cerca de dez segundos, que pra ela pareceram  dez horas.
Pra acabar de vez com aquela angústia, calmamente ele se manifesta.
- Então, eu sou aquele homem que vai acreditar na moça. E pedir pra que ela grite bem alto, pra que ele e o mundo possam ouvir.


NayaraAlexandra.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

O gostar/desgostar das coisas.


Eu sou daquelas que não gostam de uma série de coisas, entre elas:
Portas fechadas.
Livros fechados.
Caras fechadas.
Corações fechados.
Porém, uma porção de outras coisas me apetece bastante:
Portas abertas.
Livros abertos.
Sorrisos abertos.
Braços abertos.
E, principalmente, corações abertos.
Desse modo, eu sigo a minha vida, abertamente feliz.
E tenho dito.
-NayaraAlexandra.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

E o amor?


Amor pra mim é...sei lá, é uma coisa dessas difíceis de explicar.
É que amor virou mesmo uma questão de opinião e corte de cabelo: cada um tem a sua e usa do seu jeito, e de fato nem todos o fazem da melhor maneira, Neymar que o diga ( ah, sobre esse, me refiro ao cabelo).
 Então, sendo assim, a minha concepção desse sentimento é bastante simples, porém a forma como o vivo é bastante complexa. Tipo, às vezes me encontro tão emaranhada com o que sinto que fico me questionando se sinto direitinho sabe? Meu Deus, eu nem sei ao menos se existe isso de amar direitinho/erradinho. Vocês concordam comigo que o amor sempre tem que ser certo, não é mesmo? Pois é, mesmo que ele não faça sentido, mesmo ele sendo previsível ou intempestivo. Se for amor, é bom, sempre bom. Por isso, concordo quando dizem por aí que não é o amor que machuca, e sim os agentes envolvidos no processo que o fazem.
E no mais, se for ruim, se causa o mal, não é amor. É qualquer outra coisa doentia, mas não é amor.
O amor, o amor por qualquer coisa: por uma pessoa, uma ideia, enfim, por mais que pareça clichê, é o que nos levanta todo dia e sopra no nosso ouvido que o dia vai valer a pena. É ele que teima com a gente que já tá cansada de tanta loucura nesse mundo, que tudo vai melhorar. E é aquela coisinha que quando a gente já tem certeza que não vai dar mais certo, insiste pra que role mais uma chance. Ah, é aquele artificio mágico que tem o poder de ignorar as diferenças e se abster dos preconceitos.
Mas, além disso tudo, eu sei que ele é o que me guia, e eu não falo só em estar apaixonada, ou coisa do tipo. Falo daquele amor, que ao contrário do que rola nos livros ou nas novelinhas, não é aquele que me tira do chão, me deixa sem ar e paranoica, pensando em uma só coisa/pessoa o dia todo, não. Isso tudo é puro merchandising, e esses sintomas, cá entre nós, definem quase uma esquizofrenia, e não o amor.
Não, o amor que busco é aquele que me dá o chão, me dá aquela sensação de colo de mãe, aliás, lá tem muito amor; é aquilo que movimenta minha vida, dá pra ela um sentido, sem necessariamente tomar o controle dela de mim. Não, o amor que eu corro atrás é quieto, passivo, não me cobra muito além do que eu posso oferecer, mas geralmente acaba me surpreendendo.
Em suma, é como pegar tudo que há de bom, por mais uma colherzinha de açúcar, mexer bem e jogar numa garrafa, sem definir data de validade, e ir tomando,mas assim, aos poucos, pra não engasgar nem   se embebedar de vez. É ir ficando meio sóbrio todos os dias, mas com aquele sorrisinho bobo no cantinho do rosto que só quem ama entende.
E tenho dito.
-Nayara Alexandra

Bem na verdade, eu só passei meu tempo falando balelas, o mais pertinho da verdade de fato é que o amor não se define, sente-se, já dizia Lúcio Aneu Sèneca, há uns 2000 anos atrás. Esse sim, já sabia das coisas.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O infinito tá na moda.

Eu sou do tempo que o infinito era só aquele oito deitado que a gente usava na aula de matemática pra dizer que tinha mais um monte de números que não caberiam no papel, e que também servia pra se referir ao amor das nossas queridíssimas mamães e o de Papai do  Céu. Hoje porém, me dá nos nervos ver tanta infinitude por aí. É colar de infinito, tatuagem de infinito, brinco, pulseira, hipocrisia, tudo elevado ao infinito. Tem tanta gente por aí anunciando aos sete ventos coisas infinitas ao garotinho que conheceu semana passada na balada, depois daquelas vodkas, uhulll! Entende o drama? Aí, devem estar me olhando agora com uma cara de: "Nossa que insensível, será que ela não acredita em amor eterno, verdadeiro e blábláblá", daí eu te respondo: "lógico que eu acredito, cara." Só que eu sou de um tempo em que o infinito era um lugar distante, inatingível, tipo aquela última fase cavernosa daquele jogo "ultralegal", que se a gente passa, o jogo perde a graça. Eu gostava de pensar no infinito assim sabe?Como o motivo de eu jogar/fazer minha vida melhor, na mera ilusão que isso me aproximava dele. Eu sabia que chegar lá não ia rolar, mas o importante era o trajeto, vocês não acham?Bom, eu acho. E acho também que estão acabando com meus sonhos juvenis, divulgando o infinito assim, tão fácil, tão simples. Quando o que ele só precisa ser é não ser. A gente precisa desse vazio eterno pra lutar todo dia pelo melhor recheio, se o vazio não existir, pelo o que a gente vai lutar? Então, dispenso os "infinitos" que tem por aí, ainda tenho esperanças que são todos de mentirinha (bem, é uma pena pra quem acredita neles). Não me venham como prováveis amores infinitos, sofrimentos infinitos, medos infinitos, tpms infinitas ( e greves infinitas rsrsrs). Eu só faço campanha por coisas de verdade, possíveis. Muita propaganda e estardalhaço não me atraem. Então não vou cair em nenhum infinitozinho sofrível por aí, desses com data de validade e com cirurgia a laser pra remoção de tatuagens já prevista. Não, eu quero mais, muito mais, eu quero o infinito, e sei que não vou chegar lá, porém a minha busca por isso será a melhor, a mais verdadeira e mais feliz que eu puder fazer.
E tenho dito.
NayaraAlexandra.



"A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos."
-Manoel de Barros.

Obs: Eu não tenho nada contra tatuagens de infinito, brincos, pulseiras ( contra hipocrisia, sim). Só acho que às vezes, eles não expressam adequadamente o contexto em que são usados. Tipo assim, como nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que carrega um oito deitado é  infinito. Fica a dica!
-É bom avisar, vai que alguém ficou sentido né?






segunda-feira, 2 de julho de 2012

Changes?


Hum, eu não gosto tanto de mudanças. Tipo, aquelas drásticas que viram o meu mundo de cabeça pra baixo, não. Todavia, não nego a crucialidade das danadas.
 É sempre válido tirar uma poeirinha aqui, mudar uns móveis de lugar acolá e coisa e tal.
Tampouco eu curto a rotina sabe, aquela inércia improdutiva. Nem que seja o lado que arrumo meu cabelo, é bom mudar de uma dia pra o outro (rsrs.)
Melhor mesmo quando a mudança é invisível entende? Quando pra todo o resto do universo tudo continua como antes, mas pra gente  passou um furacão aqui por dentro.
É, é difícil mudar sabia? Porque com o passar do tempo a gente acomoda, acostuma com que já tem. Vive achando que esse pouquinho é suficiente, e seguimos assim "meio-felizes" com uma "meia-coisinha" da vida.
Mas admito, vale a pena mudar. Mudar de jeito, mudar de cor, mudar de rumo, mudar de "gente", só pra ver se além dessa linha que a gente teima em não ultrapassar todo dia, tem algo melhor.
Bem, alguém já disse que a mudança é a lei da vida. Eu não acho, lei é algo obrigatório, sem graça, sujeito a punição. Não, não vamos levar a vida tão seriamente assim, pra que?
Prefiro pensar que a mudança movimenta a vida, dá uma sacudida nela, toca pra frente.
É, o que mudou hoje pra você?
-NayaraAlexandra.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Aqui, por dentro.


Se quiser me conhecer não precisa de toda uma vida,
apenas de um modo interessante de ver a vida.
Não precisa complicação,
porque de fato, eu sou bastante simples
Tão pouco, eu preciso de muito,
um pouco que me satisfaça é valido.
Por que eu sou tudo isso em uma só:
O pouco, o simples, o básico, o que é de verdade, o inquieto.
Um punhado de "eus", e "mims" coexistindo em um só corpo, um só espirito.
Prazer, pode entrar.


NayaraAlexandra.



"O dia que você for amigo do seu eu interior, no mais profundo sentido da palavra, você não terá mais inimigos."
-Rubens Bernades Nunes

terça-feira, 12 de junho de 2012

Aos namorados, ou não.



"-Só olhar para ele, sentar ao lado, ouvir a voz, faz tudo ficar mais feliz. Algumas pessoas simplesmente valem a pena."

"-Vi um casal de velhinhos surdos brigando de pertinho. O amor é um casal de velhinhos surdos. Pode brigar, mas não vai embora. Fica perto."


-Tati Bernardi.

O que tem pra hoje?


Hoje, só por hoje, quero tempo pra mim, tempo pra cuidar de mim.
Hoje, quero tempo pra os outros, pra cuidar dos outros.
Hoje, quero só tempo pra qualquer coisa que eu queira fazer.
Hoje, quero tempo.
Hoje, eu só quero.
Hoje, eu, apenas eu.
Hoje, eu e mais alguém.
Hoje, eu e você.
Hoje, só hoje.
E amanhã? Amanhã não se sabe, vivo um dia de cada vez.

-NayaraAlexandra.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

- Hey, cara, eu soube que sua mãe tá doente, sua namorada te deixou e você tá super mal na faculdade, poxa, que azar, mas como você tá hein?
- Eu? Tô vivo, ué, cheio de disposição e respirando.
- Eu sei e tal, mas como você consegue ficar bem com tudo isso?
-Cara, primeiro, eu estou vivo e bem disposto pra cuidar da mãe, ela vai sair dessa pode crer; segundo, se a minha namorada me deixou mesmo depois de tudo que passamos juntos, é sinal que não me merecia, ou seja, estou melhor sem ela. E a faculdade, é responsabilidade minha, eu vou estudar mais esse período, e vou recuperar.
Depois de um silencio que parecia mortal, o primeiro amigo, insistiu:
-Puts, você é muito cabeça fria mesmo, eu já estaria desesperado no seu lugar...
- Meu amigo, olha só, entenda de uma vez: Eu sei que tá tudo ferrado pra mim, que meu mundo parece que tá desabando em cima de mim, mas me diga, você sinceramente espera que eu fique deprimido dentro de casa, e acabe cortando os pulsos de desespero, como você diz? Não, cara, a resposta é não. Eu não tenho o direito de desperdiçar a minha saúde, meu tempo assim, sem fazer nada, reclamando da vida. A minha mãe precisa de mim inteiro, eu preciso de mim , pois só assim eu vou ser capaz de mudar as coisas, de conseguir forças sabe lá de onde, pra passar por tudo isso. Cara, eu não sou covarde, eu não vou desistir só porque as coisas estão adversas. Eu sou mais que isso, e posso fazer bem mais que isso.
E dessa vez, o amigo não insistiu mais.

                                                                --x--

Porque na vida se tem aqueles dias, aqueles sabe, que a gente não faz muita questão de viver, que deveriam ser como eclipses, que são breves e demoram ano pra acontecer de novo. O fato é que parece que eles acabam se estendendo, e a gente quase acredita que está tudo f***** mesmo. Isso, eu disse quase, pois são nesses momentos que a gente tira uma força, sabe Deus de onde e passamos de cabeça erguida por tudo.
É, cabeça erguida, sempre, mesmo que tudo puxe pra baixo, sabe?
Como eu já disse em outras postagens, o legal da vida não são as situações ruins que a gente enfrenta, e sim o que a gente faz com elas, e como as supera, isso sim, eu acho digno.
Então, sorriso na cara, mãos pra o céu pra agradecer a Deus, ou no que você acreditar que tem lá, por mais um dia e segue, que a vida não espera por você, trate de tentar acompanhá-la.
Enfim, tenho dito.
-Nayara Alexandra






(...) Quando estiver irritada, confusa, procure rir de você mesma. Ria alto, ria muito com esta mulher que está se preocupando, se angustiando, achando que seus problemas são os mais importantes do mundo. Ria desta situação patética, (...).-Paulo Coelho








quarta-feira, 30 de maio de 2012


Tô cheia.
E ao mesmo tempo, tô vazia.
A questão que ando me enchendo de um monte de coisas, um monte de adornos e superficialidades, por medo sabe? Medo de que quando eu encontrar o que é meu, o que me edifica de fato, eu "dê pra trás", que bata aquele receio de enfrentar o que se é, porque nem sempre a gente tá pronto pra assumir o que é de verdade, ou pra o que sente de verdade, daí, nos contentamos em passar nossas vidinhas vivendo a metade daquilo que somos, nos satisfazendo com o pouco dos outros, e dando muito pouco também.
Esse é ponto, compreende?
A gente passa a vida inteira esperando a oportunidade de sermos tudo aquilo que imaginamos acreditamos ser capazes, aquele sonho todo, fazendo coisas altamente legais com a nossa vida, mas na prática acabamos tendo medo de sentir o que a gente sente, de ser quem é a gente é, porque sei lá, a gente acaba achando que é difícil demais e desiste antes mesmo de tentar.
Queria poder dizer que sou inteira, que sei muito bem do meu nariz, e que vivo de acordo com tudo acredito, mas eu estaria mentindo, e no meio disso tudo, pelo menos eu prezo pra que o pouco de mim que transparece seja de verdade. Além de incompleta, ser de mentira, seria demais, até pra mim.
Tenho dito.
NayaraAlexandra.





"Se você não acorda cedo, nunca conseguirá ver o sol nescendo. Se você não reza, embora Deus esteja sempre perto, você nunca conseguirá notar sua presença."
Paulo Coelho.


Ps: eu gosto especialmente dessa frase, porque em dias difíceis, ela me ajuda a perceber que tudo depende de mim, do que eu faço para as coisas melhorarem e coisa e tal.