segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"...essa moça tá diferente." ♫



Quem a vê agora, expansiva e sorridente, talvez não desconfie que em outros tempos limitava-se a meios sorrisos e a falar só se falassem com ela. Agora no entanto, falava só por falar, porque já não ficava mais a vontade com o silêncio.
Quem a olha agora, segura e decidida, talvez não desconfie que no fundo ainda traga consigo uns restinhos de insegurança, umas pontinhas que sejam de covardia, e aquele medo sempre presente de errar. Contudo, a moça de agora parece ter aprendido que seus erros tinham mais a lhe ensinar do que a punir.
Quando se olha pra ela nesses dias, vê-se que irradia uma confiança diferente, uma certeza. O que não sabem, no entanto, que lá no fundo, era mais em si mesma que ela confiava desde então, que quando começou a perceber que nem sempre outrem condizia com tudo aquilo que ela imaginava, notou que ela mesma inspirava bastante confiança, e seguiu mudando.
E agora, quando se olha pra ela, já dá pra notar mesmo sem quem querer, que a moça está feliz. Não aquela felicidade programada que teimava em expor pra o mundo, mas com aquela felicidade genuína, de quem é feliz mesmo, sabe?
E que agora, ao contrário de outros carnavais não se via mais a moça pelos cantos, sozinha, perdida nos seus próprios dilemas. Não, quem olha pra ela agora já nota mais cor, mais companhia, mais barulho. Pois como foi dito, faz tempo que o silêncio deixou de ser seu fiel companheiro.
E ainda assim, tem gente que ainda olha desconfiado, especula, faz hipótese. Tentando acertar bem na mosca que "diacho de coisa que foi essa" que mudou a moça desse jeito: pensam em amor novo, em simpatia, dinheiro entrando e por aí vai. Os mais ousados às vezes até perguntam, a moça-mudada-feliz com o seu novo sorriso sorrateiro-misterioso, responde prontamente:
- Bem, acordei um belo dia e percebi que algo ao redor estava diferente, que tudo tinha cor, tinha cheiro, tinha vida. E aí me dei conta que talvez,  era aqui dentro de mim que estava tudo em escalas de cinza, que estava tudo inerte. E a duras quedas fui me convencendo que para que olhassem de forma diferente pra mim, pra que notassem que eu estava por ali, e que aquele mundo colorido também me pertencia, tinha que aprender primeiro a me olhar no espelho. Me aceitar assim, incompleta. Porém, única. Errante, porém, passível de mudanças. Nesse instante, ao olhar no fundo dos meus próprios olhos, descobri que a chave e o agente transformador para minha felicidade estava bem ali, bem na minha frente. E tenho dito.
-NayaraAlexandra.

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