sexta-feira, 9 de agosto de 2013

E se chover?

 Então, estava eu aqui com os meus botões quando cheguei a uma conclusão:
As pessoas deveriam ser "analisadas" em dois grupos:
As nubladas e as ensolaradas.
As nubladas são aquelas criaturas sérias, fechadas, que sempre encontram um motivo pra reclamar e quando a gente chega perto parece que ela emana raios, trovões e tempestades de dentro de si. Contudo, na verdade, verdade mesmo, todo mundo tem seus dias nebulosos, porém esse tipo de gente já se acostumou com o mal tempo.
As ensolaradas, por sua vez, são aquelas  pessoinhas lindas, que são capazes de iluminar o nosso dia só quando sorri, imagina só quando falam e chegam perto. Tomam conta de tudo. Aquecem e revivem tudo dentro da gente. E não pensem que não chove lá dentro, chove sim. No entanto, o sol que vem depois é ainda mais bonito que o anterior, e nos faz ficar mais encantados ainda.
Ainda sim, não sei dizer em que grupo me encaixo, acho que estou mais pra um meio termo, pois confesso que alterno entre dias nebulosos e frios, àqueles quentinhos e radiantes.
Quer saber, acho que todo mundo tem um pouco disso, retifico o que disse sobre dois grupos de pessoas, porque afinal, o encanto pelo sol não seria mesmo se ele não fosse precedido por um belo dia de chuva.
E tenho dito.



Ps: para retribuir a indicação e porque dou muito valor ao seu conteúdo!
http://ritacolatino.blogspot.com.br/

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Eu amo a bagunça.


"Você me bagunça e tumultua tudo em mim

Essa moça ousa, é musa e abusa de todo meu sim

[...]



Assimila, dissimula, afronta, apronta, diz: carrega-me nos abraços

Lapida-me a pedra bruta, insulta, assalta-me os textos, os traços

Me desapropria o rumo, o prumo, juro me padeço com você

Me desassossega, rega a alma, roga a calma em minha travessia."




Pois é, bagunça mesmo. Mas eu amo essa bagunça.
Eu amo a bagunça que você faz quando me olha, quando levanta o olhar por sobre os óculos e parece que me leu inteira. 
E que no fundo quer sorrir, mas não dá o braço a torcer e muda o olhar pra me repreender.
Eu amo a bagunça que você faz quando sorri. Desmonta qualquer tentativa da minha parte de fazer birra.
Ah, eu também amo a bagunça que você faz com o meu mau humor. Faz dele graça e no fim estamos nós, bagunçadas e felizes em meio a minha chatice.
Eu amo a bagunça que você faz no meu sono, que agora parece estar dependente da sua voz pra seguir tranquilo. Hum, me fez lembrar que eu também amo a bagunça que você faz com a falta dele. É incrível o seu dom de sempre dormir depois.
É, eu amo a bagunça que se tornou a minha vida desde que você entrou nela. Eu nego, mas acho que até amo a incerteza que você representa. Porque me dá oportunidade de te descobrir e ganhar todos os dias. Sempre com uma nova bagunça. 
Aí, são nessas horas que eu percebo que sou feliz com a minha bagunça, com a minha desordem, que se fosse tudo certinho e no lugar, talvez não tivesse o mesmo gosto, o mesmo encanto, a mesma "liga". 
E tenho dito.












domingo, 14 de julho de 2013

I came back.


É, eu voltei.
Acordei nesse domingo nublado e percebi que sentia falta de vomitar pelo dedos aqui.
Faziam bem uns 2 meses que não me permitia essa pequena gracinha. Rsrsrrs
Confesso que as coisas nesse tempo andaram bem estranhas, ou melhor ainda, andam, ou melhor do melhor, desandam.
Eu não acreditava muito nisso de inferno astral, maré de azar e coisa e tal... mas meus últimos meses andam sendo cômicos, pra não dizer que sou pessimista e entregar que estão mais pra trágicos.
Contudo, eu sempre fui do tipo de pessoa que realmente acredito que depois da tempestade vem algo bom, algo melhor. E por mais que essa minha característica esteja em baixa no momento, não quer dizer que eu não acredito mais.
Por isso, se há algo bom mesmo por vir, vamos parar de "brinks" e pode começar a apareceu viu?
I need this.
E tenho dito.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

So tired...

Sabe aquele cansaço intrínseco, daquele tipo que parece uma segunda pele, um "acordar já cansado"?
Pois é, sofro desse mal. Confesso que é algo que vem me afetando com mais intensidade ultimamente, influenciando minhas relações e atividades. E o pior que nem sempre é cansaço físico. Pior que corpo cansado é alma cansada, porque pra o corpo, teoricamente uma noite de sono bem dormida amenizam a situação, mas e pra alma? Tem como por a vida pra descansar?
Espero que tenha. Espero muito em breve conseguir encarar a vida como antes, quando tudo era mais leve, ou se não era, eu assim o via. Quando tinha disposição pra começar e recomeçar coisas sem nem pensar. Hoje, penso uma série de vezes antes de uma nova empreitada...e muita vezes acabo desistindo mesmo. 
Na verdade, não é bem isso que me arranca suspiros mais profundos e preocupados. Meu receio mesmo é quando eu começar a cansar das pessoas, porque aí não vejo formas não doídas de renovar delas. No momento, contudo, ainda é em
algumas delas que eu encontro minha bateria reserva. Enfim, acho que é isso, me cansei de escrever por hoje. E tenho dito.
-Nayara Alexandra.



"Mas o pior é o súbito cansaço de tudo. Parece uma fartura, parece que já se teve tudo e que não se quer mais nada." 

-Clarice Lispector 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

...

O problema de mergulhar em algo/alguém de cabeça é que sempre esquecemos de ter certeza se o mar de  outrem é da mesma profundidade que o nosso. No entanto, nada supera a sensação do mergulho.
-nayaraalexandra

sábado, 30 de março de 2013

...eu sei.


Porque pra gente saber que é amor não precisa necessariamente ouvir. Aliás, não é preciso que se escute o que sai da boca de alguém. Não, o amor fala por meio de linguagens e códigos bem mais complexos que as palavras. 
Sabe aquele arrepio que se dá só ao ouvir aquela voz, mesmo que de outro lado da linha? Então, é possível que seja amor. 
E aquelas borboletinhas que voam completamente desordenadas na barriga quando a gente sabe que vai encontrar aquela pessoa? Tipo, tudo indica que é amor.

Mas aquele olhar, aqueles que as duas pessoas trocam, que dispensa qualquer outra coisa, e que o resto do mundo nem percebe, mas que faz o mundo parar, naquele momento, só pra eles. Isso sim, com certeza é amor. E tenho dito.
-NayaraAlexandra.




"Porque eu sei que é amor..."

sexta-feira, 29 de março de 2013

" É saudade, então."

Eu achava que entendia de um monte de coisas nessa vida, entre elas, achava que sabia como era a sensação de se ter saudades, seja de algo ou de alguém. Aí, numa bela segunda-feira de sol, eu começo a entender que não entendia de nada. Nem da vida, nem sobre sentir saudades.
Aprendi na prática que tudo pode mudar ou deixar de existir em frações de segundos, que a minha vida e a de quem me cerca não é nem um pouco constante. Que em uma noite, um  pai pode por seu filho pra dormir como faz todos os dias e nem imaginar que seria a última vez que o teria em seus braços. Que  teria  aquela "discussãozinha rotineira" com sua esposa e talvez até tenha dormido sem dizer que a ama ou ter feito o carinho que sempre faz, porque na sua cabeça, no dia seguinte já estaria tudo bem, talvez ele até trouxesse um "agrado" pra ela quando saísse do trabalho. Se ele soubesse que não teria essa chance, talvez tivesse feito as pazes na mesma hora, eu acho. E quando saiu de manhã pra trabalhar, será que imaginaria que seria a ultima vez que fecharia o portão de casa? Com certeza não, pois saiu cedo, ainda sem sol no céu, mas feliz, porque quando voltasse super cansado de um dia de trabalho, saberia que seu porto seguro estaria ali, no mesmo lugar onde deixou... mas ele não voltou. 
É assim, simples assim. Em um segundo se está aqui, fazendo planos, jogando conversa fora, no segundo posterior, você pode nem existir mais. Pode se tornar a lembrança dolorida no coração de alguém. 
E o pior, (que é o que acontece comigo), que não tem manual de instruções pra se lidar com isso. Pra se lidar com a ausência, com as saudades. As saudades de verdade sabe? Não aquilo que você sente dos seus amigos de escola nas férias, mas aquela que chega a doer quando se pensa na pessoa, e dói mais ainda quando você percebe que não vai passar, que a pessoa não vai voltar. Que por mais que se preencha o dia com mil e uma coisas, aquele buraco nunca fecha, você faz até uns curativos, esquece da dor um pouco, mas sabe que tá ali. 
É, você vai dormindo e acordando todos os dias, buscando as companhias que te divertem, tentando passar o menor tempo possível sozinho, porque quando se olha ao redor e não tem ninguém, o "buraco" fica "negro" e te suga pra dentro dele. E tudo que você passou o dia lutando pra não lembrar, vem com toda força nessas horas.
No mais, você acaba se acostumando com a ausência, acaba aprendendo a conviver com ela normalmente, e rezando todas noites pra que um dia, ao acordar, você ainda que lembrando, ainda que sentindo que o buraco tá ali, mas que não doa (tanto) mais, que ao lembrar do que se foi, não se sinta só tristeza, mas que depois de um tempinho, você já consiga rir sozinha com aquela lembrança engraçada. Que ao menos, se doer, você não estanque mais, ao contrário, ache forças e siga em frente. Mesmo "esburacada", mas dando o seu máximo pra ser feliz, pra ficar bem, pra ajudar os demais "esburacados" que te cercam. E tenho dito.
-NayaraAlexandra

segunda-feira, 25 de março de 2013

...

Bom, eu passei um tempo sem escrever nada, poderia dizer que o motivo foi o fato de eu não ter tido muito tempo ( o que não seria mentira), mas mais do que isso, mais que falta de tempo, foi mais falta de coragem mesmo. Coragem de enfrentar o mundo, de me enfrentar também. Porque às vezes, acontece tanta coisa com a gente ou com o que nos cerca,  que assusta sabe. Que nos pegam pelos pés e sacodem, mas sacodem com força, que quando voltamos pra posição certa até os pensamentos estão "sacudidos". São nessas horas que infelizmente, eu tenho a reação mais previsível pra o momento: recuo. Não que eu recue do mundo, das pessoas, não. Disso eu não tenho nenhum receio, difícil mesmo é lidar comigo, com o estrago que faz cada "sacudida" que recebo. Porque pra mim não é difícil olhar ao redor e achar o que me preencha,  complicado mesmo, é olhar aqui pra dentro e não sentir o vazio. Não é tão difícil estar bem na companhia de outras pessoas e estabelecer diálogos, o "bicho só pega" mesmo quando são os monólogos que aparecem. Me conectar com outrem não tem sido uma tarefa árdua, o intrigante e desafiador pra mim, nesse momento, e reaprender a  ver aquelas conexões que só existiam comigo mesma. E tenho dito.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

" e se..."


Assim, é que tem gente que passa a vida acreditando que tem o controle. O controle das situações, o controle do que sente. Desse modo, passam bastante tempo (às vezes, tempo demais) conformado com que  dão e o que recebem de outrem. Porque no fundo, o que pessoas assim temem é aquela sensação de caos, aquele desconhecimento do que virá a seguir, o inesperado. No entanto, em determinado momento, mesmo contra a vontade deles, algo muda e aquela bolha de auto-controle simplesmente "estoura". 
Nessas horas, não restam muitas opções; 
Ou se entrega ao mar te incertezas que virá, ou finge-se que nada aconteceu, engole-se à seco a novidade e se segue do "mesmo" jeito que sempre foi.
A questão é, que uma vez que se conhece o "caos", uma vez que sente-se aquele turbilhão de coisas todas, fica meio difícil manter-se inerte ao que virá. É possível que até se escolha não se entregar, mas será que dá pra se viver com aquele " e se" martelando todo dia?


-Porque entre permanecer estática e indiferente ao que me ocorria e correr o risco de nunca sentir, eu preferi me dar o braço a torcer, arriscar e ser feliz.



-NayaraAlexandra

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

(sem) medo.


Encarar o que se teme é sempre mais apavorante do que sentir o medo em si.
Porque com um ou outro medinho, a gente vive até bem. Sabe que não consegue "pular aquela cerca" e não o faz. A gente teima em achar que, dessa forma, tem o controle da situação.
O complicado  é quando, espontaneamente, ou não, temos que engolir o autocontrole e dizer um "dane-se" pra tudo aquilo que nos assusta, nos trava.
Difícil mesmo é ver sentido nesse impulso de coragem. Porque viver com o medo, bem que é fácil,a gente acostuma. Vira traço de personalidade.
O duro é acordar um dia, e tentar se convencer que existem motivos suficientes e convincentes que comprovem que "dar a cara a tapa" valeu mesmo a pena. Que se arriscar um pouco, talvez, te faça mais feliz.
Contudo, quando mesmo com "o modo de segurança" ligado, com o tempo, a gente percebe que há uma probabilidade bastante razoável de que as coisas deem certo, que encarar o que se teme, mesmo que causando algumas feridas no caminho, pode nos levar por um caminho seguro.
São nessas horas, que quase se esquece o que se teme. Ou melhor, em umas poucas horas mágicas, até se esquece mesmo. 
Esquece-se do mundo ao redor, que dirá de uns medos à toa. 
Aí, a gente se dá conta que são nesses raros intervalos de tempo, onde tudo faz sentido. Onde tudo que até então era estranho e impossível de se manter coerente normalmente, começa a preencher todos os espaços. E aí, nesses horas também, a gente se dá conta que perdeu um tempo precioso lutando contra o inevitável. Que era muito mais simples e feliz, se deixar levar desde o principio e compreender que o novo, o inesperado, e o que assusta, às vezes, é o melhor que pode nos acontecer. E tenho dito.
NayaraAlexandra.


"A gente se entrega nas menores coisas."
Caio Fernando Abreu.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O moço é que tá diferente.



E era daqueles do tipo bem contido; que pensava programado. E pior: sentia programado. 
Não se dava ao trabalho de dar nem que fosse um dedinho a torcer, que dirá um braço. Não mesmo, não permitia que o inesperado guiasse seus passos.
O incrível é que só se  permitia viver assim, porque de fato, o inesperado nunca o atingiu de verdade. Ele nunca olhou ao redor e deixou as coisas acontecerem, não. Ele sempre olhava para o lado e garantia que estava tudo no seu devido lugar. Só que claro, como era de se esperar, um dia toda a "banca" se desfez, o mundo bem estruturado e contido em que ele se isolava, perdeu totalmente o sentido. Não se sabe exatamente o motivo, mas algo mudou. Desde esse dia o moço-contido já olhava pras pessoas de outro jeito, já tinha um brilho diferente, um "frenesi". Já não levava a vida como um eterno jogo de certo ou errado, mas como um caminho com infinitas possibilidades. Desse modo, não entendia ,ainda, se estava mais feliz assim, se todo o reboliço que causou valeu a pena, se deixar de pensar na vida como ciências exatas e tratá-la como ciências humanas iria levá-lo a algum lugar. 
Não eram raras as noites desde a mudança, em que perdia horas de sono remoendo na sua cabecinha complexa, a complexidade daquilo tudo, contudo, sempre achava, no fim das contas, um ou dois motivos que o faziam rir antes de finalmente adormecer. Às vezes, mesmo que em segredo, chorava. Porque haviam dias em que era difícil, até mesmo pra ele, sempre tão regrado no que se sentia. De uns tempos pra cá também notou que seus sentimentos também andavam diferentes, que sons e cores novas surgiram, que umas culpas novas também, fazer o que? Contudo, o moço mesmo sem entender, sem aceitar muito bem, percebeu que precisa daquilo, que ao menos uma vez na sua vida precisava provar pra si mesmo que poderia ser feliz sem planejar a felicidade, que uma surpresa ou um susto, volta e meia também movimentavam ( ou paravam) seu mundo. E que ele ainda penaria um bocado tentanto descobrir se agiu da  forma correta com o inesperado que lhe ocorreu, e sofreria mais outros quando eventualmente, se desse conta que não. Porém uma lição importante que o moço tem aprendido com sua nova vida "caótica": é que não há nada, absolutamente nada que ele ou alguém possa fazer pra apagar o que se passou, que é bastante chato se preocupar demais com o que ainda nem aconteceu e que tudo depende de como ele agiria a partir de agora. E tenho dito.
NayaraAlexandra

terça-feira, 29 de janeiro de 2013


Passou pela vida achando que não sabia amar, que amava errado. Que o amor ao seus olhos era sempre mais complicado do que realmente era. Acreditava tanto nisso que quanto tudo era simples estranhava, se acuava. Não era dela. Ela gostava de coisas complexas, teorias, hipóteses. Aquele amor calminho, sorrateiro e silencioso não podia ser pra ela.
Contudo, a menina que não sabe se era menina, ou mulher com ares de menina, eu menina com propensão de ser mulher, foi aprendendo que pra amar não precisa disso, que amor que é amor vence até o pior dos "cabreirismos".Que mesmo sem entender a natureza exata dos seus sentimentos ela amava, amava muito. Amava a vida, amava as pessoas. Amava saber que depois de tanto tempo conseguiu compreender que não existe forma certa de amar, que amor é só pra se sentir. Que quando se dá muita explicação, registro e burocracia é qualquer outro vínculo, mas não é amor. E tenho dito.
-NayaraAlexandra.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pra parar meu mundo...


E de tanto pensar nas voltas que o mundo dá, se assustou ao ver que tem umas horas que a física perde todo sentido. Que tudo que conhecia sobre órbitas, eixos e rotas pode se esvair num piscar de olhos. Que tudo que se acredita e que se dá aquele ar de certeza absoluta, pode se tratar de uma mera suposição.
Desse jeito, finalmente pôs dentro da sua cabeça (ora oca, ora empaturrada de coisas) que as melhores coisas acontecem naquele instante, aquele...quando parece que até a gravidade cessou, que o que te mantém preso ao chão se extingue, mas que algo maior retoma seu equilíbrio. São nessas horas que a gente, mesmo sem ter noção espacial e temporal da nossa vida, tem certeza que está ocupando o espaço exato, na hora exata ( e com a companhia exata) e que o resto... bom, nessas horas não se pensa em muita coisa, muito menos no resto. Nesses momentos os nossos pensamentos por algum mecanismo totalmente alheio a nossa vontade, decidem se alinhar em uma só frequência, e mais estranhamente ainda, se fecham às demais. De modo que, chega-se a pensar que nesses momentos do dia, aquele mundo, que jurávamos ser nosso, de fato, nunca nos pertenceu. Estávamos apenas aguardando o seu dono vir reclamá-lo. E é assim guiando-se por esse mesmo principio que passamos pelos "dias normais", a espera de mais momentos como esse. Intervalos de tempo (imensuráveis), em que já não importam as falhas e  acertos, pois compreende-se que tudo que foi vivido serviu pra se preparar para esse momento, pra que as "orbitas" se alinhassem, as latitudes e longitudes se encontrassem, o "pi" fosse finito e os ponteiros parassem. Eis que, onde aparentemente o caos reinaria, a lógica fez-se soberana. Ah, e nessa hora o mundo gira? 
-Não, o mundo para pra assistir. E tenho dito.

NayaraAlexandra

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

" o infaltável"

Nesses dias tão estranhos e corridos, falta-se quase tudo:
Tempo, dinheiro, paciência, sono e por aí vai...
Contudo, tinha-se plena consciência que certas coisas não podiam faltar no seu dia:
Pessoas,  comida e amor.
Isso mesmo, não necessariamente nessa ordem.
Porque era do tipo de pessoa que não funcionava bem no modo "forever alone". Gostava de barulho, de vozes estranhas que conseguissem distraí-las dos seus próprios pensamentos, adorava conversar, às vezes até tagarelar mesmo, achava perfeitamente normal.
Comida no entanto era seu ponto fraco, ou forte, depende do ponto de vista. O que sentia, de fato, era aquela sensação boa de saciedade, satisfação. Não sabia se era pela fome, ou uma tentativa torpe de sanar suas ansiedades rotineiras. Essa pergunta não iria mover um músculo para responder,pois gostava dessa parte saborosa sempre presente do seu dia, mesmo que isso refletisse em gramas a mais na balança.
Bem, o amor, porém, eram algo mais complexo do seus dias. No entanto, era o mais louvável. Porque no meio de tanta coisa que lhe faltava, só quando amava, percebia que tudo o mais não fazia a mínima diferença. E não que amasse todo mundo, não. Só amava da melhor forma possível. Jamais saberia se amava o suficiente, mesmo assim amava, amava porque o amor ( às pessoas, à boas ideias, à vida) lhe movia pra frente, lhe mantinha vivo. De todas as coisas sabia que essa  era a mais "infaltável" no meio dos dias estranhos e corridos de sempre.  E tenho dito.
-Nayara Alexandra.


Ps: "Infaltável" foi o termo que designei pra tentar expressar tudo aquilo que me edifica, me mantem firme. Algo que se retirado, leva consigo todo o sentido da minha vida.