Depois de
passar tanto tempo procurando tanto nos outros, a gente acaba criando o hábito
de achar que é “um pouco”: que é um pouco sofrido demais, que é um pouco triste
demais, que é um pouco mal amado demais.
Aí, você gasta
uma quantidade de energia e tempo consideráveis pra visualizar em outro ser
humano, que muitas vezes é até “um pouco” mais que você, mas que parece
responder a todos as interrogações dentro da sua cabeça.
Aí começa o
caos. Primeiro: quem foi que disse que uma coisa que incomoda por dentro vai
ser respondida de fora? Segundo: Ninguém nunca vai ser capaz de responder sobre
algo que não lhe pertence, que não conhece.
Mas podemos
pensar: “Não, sei de alguém que me conhece melhor que a mim mesmo!” Talvez, se
você tiver um alter ego em meio às suas múltiplas personalidades, pode ser, mas
supondo que não é todo mundo que tem múltiplas personalidades, então, não.
Ninguém vai conhecer você melhor que você mesmo.
“Mas véi, eu
acho que ainda não me conheço muito bem.”
Ok. E será que
um ambiente que já é estranho pra você não seria totalmente inóspito pra alguém
mais estranho ainda?
Ela achava que
pra ser forte era só ter força,
Se tornou rocha,
mas ainda assim, doía.
Ela achava que
pra ser forte deveria repelir tudo e a todos,
Se tornou
insensível, mas ainda assim, doía.
Ela depois
achou que pra ser forte precisava de mais alguém,
Se tornou imã,
mas poxa, ainda assim, doía.
Ela finalmente
achou que pra ser forte não deveria sentir mais nada!
Mas ainda
assim, doía.
Então ela
percebeu que realmente era forte,
quando não precisou mais esconder que doía.
-NayaraAlexandra
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