O meu desejo...

O meu desejo é tudo aquilo que mantenho guardado, mas não faço uso de muito pudor ao revelá-lo
-E volta e meia o revelo.
E como tudo que está oculto, ao seu redor se forma sempre um mistério, uma indagação
que eu não me importo nem um pouco se vai ser compreendida.
Pois essa nunca foi a intenção do meu desejo - a compreensão - ele sonha com vôos maiores, 
espera o dia que deixa de ser vontade secreta e assume ares de fato consumado.
O meu desejo é iludido, claro. 
O que seria de um bom desejo sem uma pitada de ilusão, mas nunca, nunca é irracional. 
Pois o meu desejo sabe que é possível. Ele só não se dá o trabalho de ser simples.
O meu desejo, porém, é bastante consciente dentro de mim, sabe que o que faço, não gira em torno dele, mas sim, por outro lado, tende a ele. Espero que percebas a sutil diferença.
Afinal, o que seria de nós todos sem nossos desejos?
Não sei, nunca desejei saber.
Mas de mim eu sei. Sei que é o que me impulsiona. Justamente, o que me impulsiona, jamais o que me mantém em movimento. Pois venhamos e convenhamos, viver a base de desejos, é um tanto inconsequente e compulsivo. E não me permito viver nessas condições. 
Pois o meu desejo, acima de tudo e comedido, e sabe dos seus limites perante a mim.
 O que me move vai além do meu desejo, e é deveras complexo pra esse post, que se restringe a falar de algo tão elementar e natural como o meu desejo.
Que seria apenas aquele enorme 'se', embebido em muitos 'talvez' com uma pitadinha de 'quem sabe' somado aquele velho 'eu acho', com os quais encaro os meus dias.
Ah, e o que eu desejo? Hum, segredo. O desejo é meu, e não depende de ninguém pra tornar-se verdade.
Feche os olhos, e concentre-se no seu desejo, de hoje. 

-Nayara Alexandra.

Um desejo pode opor-se a uma decisão, mas já não poderá opor-se a um outro desejo. O desejo tem em vista o que é agradável e o que é desagradável. A decisão, contudo, não é feita em vista do desagradável nem do agradável. 
 -Aristóteles