segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ora, bolas.

Hoje fui a um treino de futsal, na minha faculdade, cheguei um pouco antes da hora e fiquei assistindo os garotos jogando basquete. Uma coisa banal e sem nada de especial. A não ser pelo foco da minha observação, eu não estava mais olhando os garotos, os movimentos, apenas a bola em si. Me imaginei como ela:
Ela parece tão inconsciente da sua existência, destinada apenas a satisfazer os desejos de outrem.É talhada do seu livre arbítrio, é tanjida, quicada.Quando tenta tomar outros rumos sempre há mãos, pés, que lhe impõem uma rota distinta.Será que a bola foi feita somente para esse fim? Viver a mercê de dez ou doze malucos suados que se degladiam pelo direito de ter o poder de dominá-la?(bom a bola eu não sei, mas eu não fui e pretendo descobrir ainda, a que vim.)
Sabe, às vezes me sinto como esse objeto esférico; meio sem sentido, precisando de mãos que me orientem pra 'o gol'.Mas nesse processo, acabo sendo tanjida, quicada,e absorvida das minha vontades, assim como minha companheira. Eu não sei se a bola sente, mas eu sinto. Sinto cada interferência, cada 'tapinha', cada 'arremesso' e apesar de na maioria das vezes me manter apática, não concordo com a maioria das metas onde me jogam.
Quero diferir do triste destino da minha amiga redonda, mesmo que erre o alvo algumas vezes, não quero mãos alheias pra fazer isso por mim.Não, não tenho tanta soberba em mim, a ponto de dizer que não preciso de ajuda.Sim, preciso de ums impulsos, um arzinho quando eu murchar, ums toques pra me porem no prumo. E tento ser muito grata aos que se prestam a isso por mim, a bola,ops (hushauhus). EU amo muito vocês.
Mas uma vez, ao menos uma vez, queria ter a sensação de uma bola em uma quadra vazia, correndo, pulando, coexistindo apenas com o vento e a gravidade,a procura da sua meta, livre, sem rumo, e sem nenhuma  intenção de gol, cesta, ponto, o que seja. Apenas na simples arte de ser bola, e eu no estranho, mas único jeito de ser eu.

-Oi, alguém pra me dar um arzinho?

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